Começámos em outubro de 2012, uma mestra e seis alunas que foram mudando aos poucos, entrando novas interessadas.
Aqui quero partilhar o caminho que tenho feito na Oficina de Cerâmica. Uma mestra e seis alunas, na antiga cozinha da sede da Nascente, Cooperativa de Acção Cultural, em Espinho, três horas de trabalho semanal que passam a voar e a intimidade de quem partilha opiniões e labores, é o essencial deste percurso.
O barro que trabalho, moldo, fazendo e desfazendo pássaros e taças, com a jovial despreocupação de nada se estragar ou perder, acompanha-me durante a semana até uma nova ida ao encontro dessa magia. Quando as acabo, em vez de assinar marco-as com quatro letras, um nome secreto que só um Homem usa, FLOR. Era uma pulseira antiga, daquelas prendas de férias que se arrumam mal chegamos a casa e sobrevivem numa gaveta,até serem precisas e redescobertas.
Poucas peças guardo comigo, é bastante agradável oferecer e ver a cara surpreendida, risonha perante as asas toscas, os olhos grandes e orelhas desiguais.
O prazer de criar, revelar ou construir esse meu mundo povoado de bicharocos texturados, vidrados uma e outra vez, a crescente minúcia e tamanho a cada tentativa abrem horizontes que nem suspeitava em mim.
A Oficina de Cerâmica da Nascente